Donald Trump, em seu segundo mandato como presidente dos EUA, não cansa de surpreender.
Nesta sexta-feira (04/04), ele anunciou, via Truth Social, uma conversa bombástica com To Lam, líder do Partido Comunista do Vietnã.
O recado?
O Vietnã está disposto a zerar suas tarifas sobre produtos americanos, desde que cheguem a um acordo com os EUA. “Foi uma ligação muito produtiva. Eles querem fazer negócios comigo, e eu adoro isso!”, escreveu Trump, que também planeja um encontro com o primeiro-ministro vietnamita, Pham Minh Chinh, em breve.
Mas o que está por trás dessa proposta? E o que isso significa para o Brasil e o mundo? Vamos mergulhar nessa história que está dando o que falar!
O Contexto: Tarifas e Tensão Global.
O Vietnã, um dos maiores exportadores para os EUA, com um superávit comercial de US$ 123,5 bilhões em 2024, virou alvo da política de tarifas recíprocas de Trump.
No dia 2 de abril, ele anunciou uma tarifa global de 10% sobre todos os países, com um adicional de 46% para o Vietnã, devido ao desequilíbrio comercial e ao imposto sobre valor agregado (VAT) de 10% que o país aplica, considerado “injusto” pela Casa Branca. Essa tarifa entrou em vigor dia 05/04, e pode impactar diretamente a economia vietnamita, que depende das exportações para os EUA para cerca de 30% de seu PIB.
Mas o Vietnã não ficou de braços cruzados.
Nos últimos meses, o país adotou a chamada “diplomacia de bambu”, reduzindo tarifas sobre produtos americanos como gás natural (de 5% para 2%), carros (de 64% para 32%) e etanol (de 10% para 5%).
Além disso, aprovou a operação da Starlink, de Elon Musk, e sinalizou interesse em importar mais chips de IA e produtos agrícolas dos EUA. A proposta de zerar tarifas, porém, é um passo ousado, que pode mudar o jogo nas relações comerciais entre os dois países.
Trump e a Diplomacia de Golfe
A relação entre Trump e o Vietnã tem um toque de diplomacia personalista. Em janeiro, Pham Minh Chinh brincou que “jogaria golfe o dia todo” com Trump em Mar-a-Lago se isso beneficiasse o Vietnã – uma tática que lembra a usada pelo ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe no primeiro mandato de Trump. E parece que a estratégia está funcionando: Trump já fala em um encontro com Chinh, e o Vietnã aposta nesse relacionamento para evitar o impacto das tarifas. Mas será que ceder às pressões de Trump é a melhor saída para o Vietnã?
Ou isso compromete sua soberania econômica, especialmente em meio à rivalidade entre EUA e China?
Impactos no Brasil e no Mundo
Para o Brasil, que também enfrenta tarifas de Trump (10% sobre todos os países, mais 25% adicionais por causa do superávit comercial), a movimentação do Vietnã pode ser um alerta.
O Vietnã é um concorrente direto do Brasil em setores como calçados e têxteis, e um acordo com os EUA pode desviar investimentos que poderiam vir para cá. Além disso, a política de Trump ameaça o sistema comercial global, como alertam analistas do CSIS, que comparam a situação à era Smoot-Hawley dos anos 1930, marcada por guerras tarifárias que agravaram a Grande Depressão.
O Que Você Acha?
Trump está jogando duro, mas será que o Vietnã vai ceder de vez?
E como isso afeta o Brasil na guerra comercial global? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe com quem precisa saber disso!
Por :Rosa Cunha Levada
- Site: PRESSÃO POLÍTICA
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